segunda-feira, 26 de maio de 2014

PALCO GIRATÓRIO: Maceió

Sala Preta, da FAL
Em Maceió nossa apresentação foi na Sala Preta, espaço de aula da FAL - Faculdade de Alagoas - curso de Artes Cênicas e Dança. Foi uma apresentação ímpar, pois o público de alunos de artes cênicas é um público diferenciado. Aconteceram várias coisas que nunca haviam acontecido antes. Pra começar, havia uma pessoa comendo durante o espetáculo, com pacote de plástico, daqueles bem barulhentos e garrafa de refrigerante que quando abre solta aquele gás ruidoso. Ela devia estar com fome, pois não pode esperar o espetáculo terminar, mas nos preocupou bastante porque a presença de alguém comendo interfere na dinâmica dos personagens: dois famintos e despossuídos. Tentei impedir que a máquina parasse perto dela para que não tivéssemos que pedir a comida que ela estava comendo. Seria fácil, ela estava bem próxima de nós!
O espetáculo intrigou alguns espectadores, que nos olhavam com espanto e curiosidade. No final do espetáculo, ficamos rodando com a máquina por tanto tempo que até paramos de rodar e entramos em outro estágio: a espera novamente - a mesma do início. Enquanto rodávamos, dois espectadores se dispuseram a nos ajudar a rodar, e ficaram um bom tempo empurrando a máquina conosco. Isso nunca havia acontecido antes!
O debate
No debate eles perguntaram sobre a máquina de cena, a técnica de atuação, o figurino, a pesquisa com Beckett, mas o que mais deu pano para a manga foi o final do espetáculo, que não explicava o que havia acontecido e nem terminava a história: o que aconteceu com o cavalo? Eles ganharam na loteria ou não? Por que repetir a história do acidente tantas vezes? No final, só restam perguntas.

Público de teatro é sempre especial, porque vai observar aquilo que o espectador comum não se interessa. Eles estavam curiosos com a forma do espetáculo, o fato de termos optado por romper com certas estruturas narrativas e algumas convenções teatrais e queriam saber o que nos levou a tomar as decisões que tomamos. Isso foi muito especial. Agradecemos a todos que esperaram pelo debate e que contribuíram com sua opinião!


Priscila e Fabrício
Nosso cicerone em Maceió foi ninguém menos que o próprio coordenador de cultura do SESC-AL, Fabrício Barros! Um luxo! Ele nos avisou que teriamos casa cheia, o que não estava acontecendo nas cidades que estávamos visitando. Promessa cumprida, Fabrício e agradecemos sua recepção! A equipe toda foi bastante solícita, agradecemos muito a todos!
Tivemos dois alunos dos cursos de artes cênicas que fizeram a gentileza de nos levar para um passeio, para conhecermos um pouco da cidade.
Genival, Emerson, Manuel e Tati
O Emerson e o Manuel nos levaram para ver a catedral de Maceió e algumas igrejinhas do arredor. Foi um passeio rápido, mas agradável. Eles contaram um pouco sobre o que estavam estudando no curso de artes cênicas, técnico de ator e licenciatura: Shakeaspeare, Molière em História da Literatura Dramática, e claro, Nelson Rodrigues em Literatura Dramática Brasileira. Estavam muito curiosos para ver o espetáculo por causa da proximidade com Beckett, que chamou a atenção deles. 
Maceió, nosso muito obrigado!