Primeira Pele

Primeira versão, de 20 minutos, 2001
“Primeira Pele” teve sua estreia marcada por quatro prêmios no Festival de Monólogos e Música Original de Ouro Preto. O espetáculo traça o signo desta companhia que busca o aprimoramento e a intersecção das linguagens artísticas em seus espetáculos.Participou do festival com uma versão inicial de 20 minutos de duração. Depois desta estreia, o espetáculo cresceu e se tornou independente, com vida própria.
A peça já fez parte do projeto “Trilhas da Cultura” em Minas Gerais passando por diversas cidades do interior. Circulando pelos estados de Minas Gerais e Mato Grosso com o apoio da Leis Estaduais de Incentivo a Cultura. Participou de vários festivais, nacionais e internacionais, incluindo o FITO - Festival Internacional de Teatro de Ourense - Espanha.
2001, foto de Ronald Peret

 PRIMEIRA PELE trata da esquizofrenia, dos dilemas do doente, das aspirações e visões sobre a sociedade. Mas, não fica nisso. A discussão é sobre o que nos adoece quanto sociedade contemporânea, e não somente a patologia da esquizofrenia. Através de uma narrativa filosófica e poética assistimos um monólogo diferente. A personagem, esquizofrênica, está no dilema que enfrenta todos os dias: tomar ou não o lítio? O remédio controla sua doença e evita os surtos característicos da patologia, mas também a impede de se sentir livre! Sua imaginação está solta, pois o efeito da medicação anterior já passou, e ainda não tomou a próxima dosagem. O espetáculo captura a essência do mundo do esquizofrênico, seus sons, sua visão e sua vida que nos imprime a sensação de que tudo é volátil e que um simples pensamento pode ser poderoso e perigoso. É nesse ritmo alucinante, acompanhada pela música minimalista e percussiva que essa doce personagem decide entre se enquadrar na sociedade ou ser livre.
2001, com Karla Izidro
O espetáculo escapa do conceito dramático de esquizofrenia e busca um retrato dinâmico e hilário, procurando a sensatez da loucura. As dúvidas da personagem passam a ser as dúvidas de todos. As certezas deixam de existir e a pergunta é: quem está delirando?