terça-feira, 26 de julho de 2016

PANORAMA DAS ARTES

Foto: Chico Alves

Nossa apresentação de CIDADE DOS OUTROS no dia 21/07 no Panorama de Artes da Cena na UFMT foi realmente surpreendente. O público lotou a circunferência quadrada de nossa arena e nos brindou com vários minutos de espera depois do último texto.

Foto: Chico Alves
A maioria do público saiu logo depois que os personagens ficam rodando, rodando, rodando, sem sair do lugar. Passávam por nós dizendo baixinho coisa do tipo: "parabéns", "excelente espetáculo", "adorei". O que nos deixa sempre muito felizes.

Um pequeno grupo de incrédulos permaneceu presente, dividindo a espera com os personagens. Lá ficamos cerca de 30 minutos. Ouvíamos eles indagarem sobre as razões do espetáculo, o que estávamos querendo dizer com isso ou aquilo, o que significava o cavalo, "e o urubu, somos nós?". No radinho de pilha um programa é anunciado: A Espera. Essa coinscidência quase nos levou à gargalhada, mas conseguimos nos concentrar.

Não sabemos se foi a organização do Panorama que pediu para eles se retirarem ou se eles acharam que não tinha mais graça ficar ali, e saíram, mas estavam esperando pela gente na porta do teatro. Tivemos uma deliciosa conversa sobre "isso, isso tudo".


CIDADE DOS OUTROS é realmente perturbador e continua sendo mesmo depois de 6 anos de estrada (estreamos em 2010). Acredito que a potência maior está na forma com que ele foi feito, com essa parceria com esse diretor que admiramos, Amauri Tangará.

Foto: Chico Alves
Outra grande potência é atuar olhando diretamente para o rosto dos espectadores. Fica claro quem está curtindo e quem está confuso; quem esperava ver outra coisa e quem foi gostosamente surpreendido; quem não gostou nada e quem curtiu.

Foto: Chico Alves
É um espetáculo que cada canto desse país responde de forma diferente, mas que nos perturba a todos. Talvez essa seja a maior potência afinal, a capacidade de nos perturbar depois de tanto tempo.

Agradecemos à produção do Panorama de Artes da Cena, em especial ao Sandro Lucose e à Keiko Okamura, por nos atenderem tão bem e com tanto zelo. Evoé aos companheiros de cena que dividiram conosco esse espaço aberto por esse evento; que possamos dar espaço à toda diversidade do teatro mato-grossense! E nosso beijo para Marianna Marimon que deixou sua impressão no site Cidadão Cultura.  Abraço à todos!

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