domingo, 7 de setembro de 2014

PALCO GIRATÓRIO: Alta Floresta


Há tempos temos um intercâmbio com o Teatro Experimental, de Alta Floresta. Por conta disso a gente se sente em casa por aqui. E foi com grande prazer que conhecemos, nesta vinda, a nova estrutura de trabalho do grupo: uma sede onde funciona o ponto de cultura Teatro Experimental. O barracão está sendo construído por eles, tijolo por tijolo, e as obras já estão bem avançadas. Por ali eles desenvolvem seus trabalhos, oferecem aulas de teatro para a cidade e disponibilizam o espaço para apresentações de outros grupos. 


Por aqui nossa ação incluiu duas oficinas para os alunos do Sesc. Crianças.  Não temos oficinas para crianças e pouco trabalhamos com questões para a infância,  por isso o Genival deu uma força, já que está mais do que habituado a organizar oficinas para a gurizada. Tati e Genival arrasaram. Ela descobriu que a maioria dos jogos de teatro são jogos infantis (risos), e intercalava com o treinamento de capoeira aplicado pelo Genival. O público de infantes ficou animadíssimo em "fazer teatro", e muitos revelaram um talento pra lá de especial. É muito bacana essas descobertas. 

O Ge fez os pequenos se esticarem, fazerem golpes de capoeira, cantar as músicas,  e suarem bastante (sorte que o ar condicionado da sala de cinema do Sesc era muito bom), e a Tati induziu os pequenos participantes a se imaginarem realizando seus talentos pessoais; a criançada saiu dali pensando possuir muitos talentos ainda ocultos que vão descobrir ao longo da vida. Teatro também é filosofia, quem disse que não? 

Assistimos ao espetáculo do TEAF, "Santa Joana dos Matadouros", texto de Brecht e direção do amigão Zé Regino. Já conhecíamos o trabalho, mas assistir ao espetáculo na sede deles com a casa lotada teve um sabor especial. O público em AltaFloresta comparece, e toda a imprensa colabora bastante para espalhar devidamente a notícia.
No dia seguinte deveríamos apresentar CIDADE DOS OUTROS, mas o que temíamos desde o começo da turnê aconteceu: o cenário não chegou. O case saiu de Boa Vista com a TAM, que por algum motivo misterioso levou direto para Guarulhos, quando deveria ir para Brasília.  

Quando o Robson da Paraná Transportes, o motorista que está transportando o cenário desde o início,  chegou em Brasilia, precisou esperar eles descobrirem onde estava para trazer de volta. Quando o case chegou, estava todo danificado, faltando uma roda, amassado e arranhado. Boletim de ocorrência,  denúncia,  reclamações.  Robson saiu feito louco, rumo a Alta Floresta e para que ele não corresse mais risco tentando chegar a tempo,  adiamos para o dia seguinte. 

O Genival passou a tarde inteira, montando a Urbitária e depois tentando consertar o case com o Robson. No fim deu tudo certo, claro.
Uma das atividades foi o Intercâmbio de Grupos, ação da qual gostamos muito. É quando temos um tempo para trocar ideias, dicutir modos de fazer e compartilhar tecnologias. Conversamos mais sobre o trabalho deles do que o nosso, mas valeu muito a pena conhecer um pouco mais da construção do "Santa Joana" e do "Dom Quixote", que teve a direção do Horácio Manuel, do Bando.

A apresentação foi muito bacana. Lotou. Os espectadores generosos de Alta Floresta marcaram presença e fizeram a noite valer a pena. Não sabemos bem o que acharam do espetáculo,  mas nós gostamos bastante da apresentação.
No dia de irmos embora rolou um intercâmbio número dois, com os alunos do Wesley, do TEAF, com a turma de teatro do Ponto de Cultura. Foi uma conversa muito interessante, onde trocamos nossa experiência com a montagem do espetáculo e a experiência deles com o processo que estão vivenciando. 

Será uma montagem sobre a atividade do garimpo na região.  Vai ficar incrível,  pelo que contaram. E os atores estão empolgados e envolvidos com a pesquisa. Vamos aguardar.
Voamos de volta para Cuiabá,  e vamos ficar em casa no 7 de setembro. É só o tempo de lavar a roupa, e partir na segunda de madrugada para Palmas. 'Simbora'!