Núcleo de Pesquisas Teatrais Encontros Possíveis

2 a 5 de dezembro de 2014 em Cuiabá e Chapada dos Guimarães-MT

Cidade dos Outros

A vida é um jogo que deve ser vencido a qualquer custo, mas o que se pretende ganhar?

Primeira Pele

O espetáculo traça o signo desta companhia que busca o aprimoramento e a intersecção das linguagens artísticas em seus espetáculos

Criadouro

O espetáculo trata do tema contemporâneo do consumo e o quanto a ganância pode ser fatal

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Núcleo de Pesquisas Teatrais selecionado no projeto Itaú Rumos!

A Cia Pessoal de Teatro realiza o Núcleo de Pesquisas Teatrais desde 2009, na coragem e na raça, com a ajuda da Secretaria Municipal de Cultura, às vezes da Secretaria Estadual também, vez ou outra conta com o SESI e firmou parceria com SESC. Todas as vezes que realizamos este intercâmbio precisamos contar com parcerias que possam viabilizar o projeto.
O Núcleo é basicamente uma imersão de pesquisadores, previamente selecionados, no trabalho de um artista, ou vários artistas, com currículo e bagagem reconhecidos, que atuam na arte contemporânea, em específico, o teatro.
O primeiro, executado em 2009, contou com o trabalho de Amaury Borges, cuiabano radicado em BH, diretor da Cia.Maldita de Teatro. Em 2010 realizamos um mix, com vários profissionais de áreas diferentes, como: Julio Bedin, que tratou do audiovisual; Cléber Martins, arquiteto, falou da cidade; Rachel Galesso, bailarina, deu aulas de corpo; Luíz Marchetti, teatro e vídeo, aplicou uma oficina sobre o Contemporâneo e ainda tivemos uma palestra de Maria Thereza Azevedo sobre Teatro Contemporâneo. Em 2011 convidamos Tarcísio Homem, pesquisador de Belo Horizonte, professor da UFOP de técnicas corporais. Em 2012 demos um salto qualitativo e trouxemos, pela primeira vez em Cuiabá, dois atores do Odin Teatret, o grupo de Eugenio Barba. Os atores Roberta Carreri e Jan Ferslev troxeram oficinas e demonstrações de trabalho que inspiraram para sempre os pesquisadores que participaram do encontro. Em 2013, Jan Ferslev retorna com mais uma oficina, aprofundando a pesquisa do ator-músico e estreitando nosso contato.
Para 2014,  já iniciamos um bom caminho, com a parceria com o Itaú Rumos. O Núcleo de Pesquisas Teatrais - Encontros Possíveis 2014 passou numa seleção de mais de 15 mil projetos do Brasil todo. Estamos bastante empolgadas e pretendemos realizar um encontro que reúna pesquisadores de toda América Latina, aproveitando nossa participação na Rede de Pesquisadores do Contemporâneo que ingressamos na ocasião da residência em Brasília com Eugenio Barba e Julia Varley. Nossa intenção maior é inserir Cuiabá no mapa do teatro contemporâneo brasileiro e realizar um encontro teatral no meio do mundo. Contamos com sua participação!

PALCO GIRATÓRIO: Maceió

Sala Preta, da FAL
Em Maceió nossa apresentação foi na Sala Preta, espaço de aula da FAL - Faculdade de Alagoas - curso de Artes Cênicas e Dança. Foi uma apresentação ímpar, pois o público de alunos de artes cênicas é um público diferenciado. Aconteceram várias coisas que nunca haviam acontecido antes. Pra começar, havia uma pessoa comendo durante o espetáculo, com pacote de plástico, daqueles bem barulhentos e garrafa de refrigerante que quando abre solta aquele gás ruidoso. Ela devia estar com fome, pois não pode esperar o espetáculo terminar, mas nos preocupou bastante porque a presença de alguém comendo interfere na dinâmica dos personagens: dois famintos e despossuídos. Tentei impedir que a máquina parasse perto dela para que não tivéssemos que pedir a comida que ela estava comendo. Seria fácil, ela estava bem próxima de nós!
O espetáculo intrigou alguns espectadores, que nos olhavam com espanto e curiosidade. No final do espetáculo, ficamos rodando com a máquina por tanto tempo que até paramos de rodar e entramos em outro estágio: a espera novamente - a mesma do início. Enquanto rodávamos, dois espectadores se dispuseram a nos ajudar a rodar, e ficaram um bom tempo empurrando a máquina conosco. Isso nunca havia acontecido antes!
O debate
No debate eles perguntaram sobre a máquina de cena, a técnica de atuação, o figurino, a pesquisa com Beckett, mas o que mais deu pano para a manga foi o final do espetáculo, que não explicava o que havia acontecido e nem terminava a história: o que aconteceu com o cavalo? Eles ganharam na loteria ou não? Por que repetir a história do acidente tantas vezes? No final, só restam perguntas.

Público de teatro é sempre especial, porque vai observar aquilo que o espectador comum não se interessa. Eles estavam curiosos com a forma do espetáculo, o fato de termos optado por romper com certas estruturas narrativas e algumas convenções teatrais e queriam saber o que nos levou a tomar as decisões que tomamos. Isso foi muito especial. Agradecemos a todos que esperaram pelo debate e que contribuíram com sua opinião!


Priscila e Fabrício
Nosso cicerone em Maceió foi ninguém menos que o próprio coordenador de cultura do SESC-AL, Fabrício Barros! Um luxo! Ele nos avisou que teriamos casa cheia, o que não estava acontecendo nas cidades que estávamos visitando. Promessa cumprida, Fabrício e agradecemos sua recepção! A equipe toda foi bastante solícita, agradecemos muito a todos!
Tivemos dois alunos dos cursos de artes cênicas que fizeram a gentileza de nos levar para um passeio, para conhecermos um pouco da cidade.
Genival, Emerson, Manuel e Tati
O Emerson e o Manuel nos levaram para ver a catedral de Maceió e algumas igrejinhas do arredor. Foi um passeio rápido, mas agradável. Eles contaram um pouco sobre o que estavam estudando no curso de artes cênicas, técnico de ator e licenciatura: Shakeaspeare, Molière em História da Literatura Dramática, e claro, Nelson Rodrigues em Literatura Dramática Brasileira. Estavam muito curiosos para ver o espetáculo por causa da proximidade com Beckett, que chamou a atenção deles. 
Maceió, nosso muito obrigado!

PALCO GIRATÓRIO: Recife

Nossa passagem pelo Recife foi fantástica!! CIDADE DOS OUTROS foi apresentado no dia 21 de maio, no Espaço Fiandeiros, um lugar pra lá de especial, bem no centro de Recife. Neste espaço funcionam, além de um centro cultural, a sede e escola do Grupo Fiandeiros de Teatro, capitaneado pelo diretor e dramaturgo André Filho e sua esposa Daniele. Fomos muito bem recebidos por lá. Conversamos por horas a fio sobre teatro, tanto em Recife quanto em Cuiabá, e o quanto é necessário fomentar o estudo e a pesquisa nas artes cênicas. Descobrimos que em Recife não há, assim como em Cuiabá, um curso de graduação em teatro. É verdade que eles estão a um passo na nossa frente por já possuírem um curso de licenciatura em teatro, mas nada para formar o artista. Mas por que é tão necessário um curso de formação em artes, sendo que teatro é um ofício que se aprende na lida, fazendo e errando? Para avançarmos profissionalmente. Não me iludo de que nossos artistas devam fazer faculdade para continuarem sendo artistas; longe disso. Mas visualizo que um curso de graduação em teatro em Cuiabá irá pautar pesquisas, fomentar o estudo, e principalmente, fazer movimentar um pensamento teatral, criando um vórtice que concentrará as buscas por teatro. O que acontece em Cuiabá é o que aconteceu em Recife e que fez os artistas invadirem o centro histórico atrás de sedes para seus grupos: quando você quer procurar teatro, onde você vai?  Em Cuiabá as pessoas procuram no SESC, ou na bilheteria do Cine Teatro, mas em Recife, o interessado em teatro assiste a apresentação do grupo e no dia seguinte está na porta da sua sede, se inscrevendo nos cursos de formação. O estudo não precisa ser acadêmico, mas precisa ser algum; não adianta praticarmos teatro por diletantismo: precisamos nos profissionalizar.
André Filho no Espaço Fiandeiros


O espetáculo foi muito bem recebido por lá, mas também, na plateia, três grandes diretores: Samuel Santos, diretor e dramaturgo do grupo Postes Soluções Luminosas; José Manuel, coordenador regional de Cultura do SESC PE e artista de longa estrada; além do nosso anfitrião, André Filho. Eles, juntos, deram o tom do debate, que foi bastante rico. Os três apontaram o ritmo do espetáculo como sendo bastante imperativo, que obriga o espectador a parar com a corrida alucinante do consumismo. 



José Manuel e Tati, depois do debate
Em Recife pudemos dar um passeio, ciceroneados pelo nosso "arcanjo" Tiago Gondim, que nos levou para ver Olinda, Marco Zero, Artesanatos locais, casario e a Oficina Brennand, grande museu a céu aberto de esculturas de cerâmica do artista plástico Francisco Brennand - coisa maravilhosa de tirar o fôlego. É lindo ver uma cidade pelos olhos de quem a habita e melhor ainda se esse olhar for apaixonado e amoroso. Tiago nos apresentou sua cidade com muito carinho, o que nos fez adorar Recife! Beijos, Tiago, pra você e sua avó maravilhosa, que mantém seu espírito vivo e vibrante!
Tati e Tiago Gondim, nosso "arcanjo"

 Foi fantástico rever nossa querida Naná, amiga de pesquisa em Antropologia Teatral; dividimos Eugenio Barba e Julia Varley certa vez, em Brasília, e conhecer Naná e seu trabalho foi um presente. Ela atua no Grupo O Poste em parceria com o marido Samuca, grande dramaturgo, e eles têm uma sede no centro histórico de Recife. Não pudemos conhecer a sede deles, mas tivemos bons momentos de conversa, troca e caranguejada. Estamos planejando novos encontros futuros, e quem sabe, trazê-los à Cuiabá para apresentarem seu trabalho.



Eu, Naná e Samuca
Agradecemos a presença deles no nosso espetáculo e a grande contribuição no debate. A presença da Galeana, do SESC-PE, do José Manuel e toda equipe do SESC que nos auxiliou por lá, inclusive estagiários e motoristas. Um grande beijo para Tiago, André Filho e Daniela, que nos recebeu com tanto carinho. Até a próxima!

sexta-feira, 16 de maio de 2014

PALCO GIRATÓRIO: Porto Alegre

Genival montando a Urbitária

Bah! Porto Alegre foi tri legal!! Conhecemos a Lia Motta, que foi nosso anjo da guarda na cidade - a melhor anjo que alguém pode ter!!! Tivemos contato com a Jane Schoninger, coordenadora de Cultura, que é uma simpatia de pessoa. Na unidade também contamos com a ajuda do Xandão e do Osmar, nos auxiliando em tudo que precisamos para a montagem. Normalmente os técnicos gostam bastante da máquina de cena, justamente porque não precisam afinar luz, seguir mapa técnico, rider e nem nada. A Urbitária faz tudo. Aliás, ela é o próprio espetáculo! Por conta dela costumamos não dar muito trabalho para os técnicos dos teatros. O trabalho todo, que tem, é o Genival, na montagem.

Nós e Valmir Santos no debate depois do espetáculo
Em Porto Alegre tivemos pouco público; cerca de 150 pessoas. Havia mais dois espetáculos acontecendo no mesmo horário e o espectador sempre prefere assistir algo que ele já tem uma vaga ideia do que vai ver. É sempre um mistério tentar imaginar que tipo de teatro se faz em Mato Grosso... É algo que temos que enfrentar na nossa lida e na trajetória de trabalho: o preconceito com o teatro realizado fora do eixo Rio-São Paulo. Esbarramos neste assunto durante o debate com a presença do competente Valmir Santos, crítico de teatro de São Paulo. Contratado pelo SESC-RS para mediar os debates, Valmir forneceu uma leitura muito lúcida do espetáculo, reforçando a estrutura política da obra, e considerando que é um espetáculo que não deixa para trás o risível. Ele conduziu muito bem a discussão, fornecendo os alicerces para uma boa conversa. Os participantes deram seus depoimentos, se dizendo desconcertados com o final do espetáculo, que deixa aberta a possibilidade do espectador sair a hora que quiser. Sentiram falta da convenção teatral, mas reconheceram que a ausência desta convenção provocou uma reação interessante: "o que fazer no final? Para onde devo ir?"

Tati conversando com Valmir Santos
Valmir destacou a proximidade com Beckett, e como o espetáculo não é uma adaptação da obra, e sim, uma "visitação" a essa obra. Isso é uma unanimidade entre os críticos: não copiamos Beckett, estamos dialogando com ele. Outra coisa que Valmir destacou foi o fato de, para ele, não haver personagens, e sim, vozes. E entre essas vozes, as várias sonoridades do espetáculo tomam proporções narrativas, como: o som do isqueiro, das catracas, das roldanas, da mastigação, etc. Os silêncios, portanto, ficam mais significativos. Valmir se deteve em um trecho em específico, do qual eu gosto muito mas que pouco se observa: onde um diz para o outro que vai dividir o dinheiro em partes iguais ou democraticamente, e decidem dividir em partes iguais para que "ninguém saia prejudicado". Valmir ressaltou que a democracia pode ser bom, mas está longe de ser justa.
Um espectador disse que pensou que iria assistir um espetáculo hermético, do tipo "para intelectual" e teve uma grata surpresa quando conheceu nosso trabalho. Ele disse que é um espetáculo "carinhoso" e agradeceu pela apresentação, de termos escolhido Porto Alegre, tão longe, e viajado com aquela máquina tão pesada até a cidade dele. Agradecemos a iniciativa do SESC em proporcionar o circuito do Palco Giratório, pois é só por conta de um projeto como esse que podemos circular. mas é claro que quem escolheu a cidade dele não fomos nós, mas gostamos muito de apresentarmos ali. Um outro espectador ficou indignado com o final fora da convenção e achou monótono. Outra espectadora discordou, dizendo que para ela não foi nada monótono e acho agitado demais. São as várias reações que o espetáculo suscita, justamente porque contracena com o espectador o tempo todo. O ritmo fica muito dependente de qual será a relação entre os personagens e o espectador.
Lia Motta e Tati Horevicht
Nessa apresentação aconteceu um fato inusitado comigo em cena: tive uma reação alérgica por causa do ar condicionado que foi ligado no início da entrada do público, e nos primeiros minutos de espetáculo comecei sem voz nenhuma. Sorte que os deuses do teatro são poderosos e eu ando em dia com minha mensalidade, porque senão, acho que seria uma apresentação perdida. Foi desesperador! Ainda mais nesta apresentação em que estava Valmir Santos, que identificou os personagens como "vozes"...! Quase que vira um monólogo!!
Queremos deixar registrado aqui nosso agradecimento à equipe do SESC-RS, pela acolhida e receptividade. Um grande beijo à Lia, nosso anjo querido e aos motoristas que nos atenderam. Agradecemos, também, a generosidade do Valmir Santos com nosso trabalho. Grande abraço à todos e esperamos nos reencontrar por aí!

Continuaremos postando aqui nossas impressões da turnê do espetáculo CIDADE DOS OUTROS no Circuito Palco Giratório SESC 2014; acompanhe!

CONTATO: ciapessoaldeteatro@gmail.com

PALCO GIRATÓRIO: Cuiabá

Urbitária montada e pronta no salão social do SESC Arsenal
A apresentação de CIDADE DOS OUTROS na programação do Palco Giratório SESC Arsenal foi das melhores! Aconteceu no dia 10 de maio, às 21h, no já conhecido salão social da unidade Arsenal. Já apresentamos algumas vezes neste espaço e sabemos que o espetáculo se adapta bem ali. Nossa preocupação é sempre a acústica, pois o salão sendo grande como é, faz com que nossa voz percorra todo o espaço, dificultando a compreensão do que dizemos em cena. Mas, na apresentação deste sábado tudo correu bem e achamos que por dois motivos principais:

  1. A escolha da Janaína Azevedo, técnica em teatro da unidade SESC Arsenal, de colocar os praticáveis para acomodação do público em uma arena próxima da máquina de cena, fechando um pouco mais as bordas da cena e aproximando o espectador; .
  2. A elevação dos praticáveis estava maior do que das outras apresentações, fazendo com que a arquibancada ascendesse, impedindo que o som vazasse por cima;
  3. E por último e mais importante, a lotação máxima dos lugares, que contribuiu muito para a acústica.
Teste de luz
Pela primeira vez na nossa história com esse espetáculo tivemos lotação esgotada no SESC Arsenal. Isso foi inédito, sem dúvida. 

Também tivemos a grata presença do Coletivo Desvio, com o destaque do professor da USP Marcos Bulhões que generosamente nos forneceu uma excelente leitura do espetáculo, enfatizando o elemento trágico da peça, fazendo uma simetria com a obra de Beckett e o contemporâneo. Entre tantas coisas interessantes que ele nos falou, Bulhões apontou a construção dramatúrgica, que honra a fonte beckttiana e mantém o caráter trágico, com as imagens do acidente e do cavalo no buraco, que ele achou muito interessantes. Além disso parabenizou o fato de não termos construído personagens clownescos, que, segundo ele, é uma febre entre montagens beckttianas, o que já caiu em um lugar comum desajeitado e irritante. Achou a montagem honesta, porque indica a fonte inspiradora, sem tentar burlar a inteligência do espectador. Aliás, o que ele disse que mais nos orgulhou foi que a montagem era isso: inteligente. Agradecemos demais, Bulhões!

No bate-papo mediado pela Dani Leite os espectadores levantaram questões interessantes. Uma delas tem a ver com o fato de várias pessoas terem imaginado um cavalo branco. Essa imagem faz referência ao fato do cavalo ser uma espécie de símbolo do herói no espetáculo - ele faz o percurso trágico e caminha para o derradeiro fim. Além disso o cavalo é o único elemento que está no presente; todos os outros elementos do "diálogo" entre os personagens estão ou no passado (como é o caso do acidente de carro) ou no futuro (os planos para o dinheiro do prêmio). Péricles Anarcos, ator e dramaturgo, ressaltou a característica cinematográfica da direção do Amauri Tangará e o quanto os recortes enfatizam e valorizam determinados trechos. Foi citado também a característica apocalíptica da montagem frente ao caos que estamos vivendo na cidade por conta das obras da Copa da FIFA.  Lucas Koester enfatizou o fato do espetáculo sempre trazer alguma reflexão a cada vez que se assiste e acredita que isso acontece porque trazemos o espetáculo conosco. 
O debate depois do espetáculo

O fato dos personagens serem indefinidos, sem história anterior e com um figurino não identificável, além do sapato no meio da canela; isso chama muito a atenção das pessoas. A falta de localização perturba, mas também ajuda na atemporalidade do espetáculo: eles podem estar falando de qualquer cidade, em qualquer tempo. Uma espectadora destacou o "esvaziamento da vida" e comentou que no mesmo tempo que eles fazem grandes planos, existe desejos menores, como o de ler o último episódio de uma revistinha de super heróis. 
Foi uma das nossas melhores apresentações no SESC Arsenal, sem dúvida. E precisamos agradecer os esforços dos profissionais da nossa unidade que zelam com carinho pela imagem do espetáculo, não só aqui na nossa cidade, como também na representação junto às outras unidades SESC. Jan Moura, coordenador de cultura, trabalhou com garra e afinco para estarmos circulando com o espetáculo pelo Brasil todo; seu trabalho na coordenação de cultura está mudando a forma como a unidade se relaciona com os profissionais do Estado, trazendo mais valorização para o produto artístico local. E ele não está sozinho nesta batalha: temos Cristina Maria e Flávia Leite, além de Janaína Azevedo e Lucas Koester! Um time especial, de muita competência e dedicação. É esse tipo de profissional que eleva o nível do Estado!! Nosso beijo a vocês!!

Continue acompanhando a circulação de CIDADE DOS OUTROS no Circuito Palco Giratório SESC 2014!


CONTATO: ciapessoaldeteatro@gmail.com