Texto: Assessoria, Fotos: Fred Gustavos
A história de vida de uma cantora que, hoje, é referência da cultura cuiabana, mas que precisou romper obstáculos impostos às mulheres de seu tempo para conseguir se descobrir e exercer todo brilho de seu talento. Esse é o mote do projeto Vera Capilé Mestra da Cultura, contemplado pela Lei Aldir Blanc da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de MT - SECEL, promovido pela Cia. Pessoal de Teatro. O projeto gerou um livreto, uma coletânea de músicas e um documentário. O livreto com a biografia da cantora foi escrito por sua filha Juliana Capilé a partir de pesquisa desenvolvida pelo historiador Luís Gustavo Lima e fotografias de Fred Gustavos, que também ilustram essa matéria.
Luís Gustavo fez várias entrevistas com a cantora na chácara onde ela mora, conversando sobre sua história de vida. Nas palavras de Gustavo, "Vera tem a arte como potência transformadora, caminho de cura, criatividade
e resiliência. Ainda criança ouvia escondida as conversas das ciganas que
moravam no terreno de seu avô para, depois do jantar, construir narrativas
românticas para as irmãs mais novas".
O que se vê a partir da narrativa é uma artista que já nasceu com um brilho especial, mas que precisou percorrer um caminho de auto descoberta para chegar onde está: uma cantora icônica, cuja voz representa o lugar onde vive.
A pesquisa se estendeu também para os familiares, que contribuíram com suas memórias, para a reconstrução da biografia de Vera. Gustavo entrevistou, também, as irmãs Denize e Lélia e teve acesso ao acervo de fotos e documentos da família.
A partir da pesquisa de Luís Gustavo, Juliana escreveu o texto do livreto. "É muito difícil escrever sobre alguém tão perto - normalmente os filhos não conseguem enxergar os pais como personagens de uma história. Por isso a pesquisa do Gustavo foi tão importante pra mim. Porque possibilitou um outro olhar sobre minha mãe e me fez enxergar uma bela história de vida que merecia ser contada, tanto no livreto quanto no documentário", revela.
Os encontros entre Gustavo e Vera foram gravados em áudio e vídeo e contaram com a presença do registro fotográfico de Fred Gustavos, que também contribuiu fazendo o design gráfico do projeto.
O livreto conta, ainda, com um QRCode que encaminha para uma coletânea de músicas da cantora que receberam uma remasterização do Estúdio Inca, de Sidnei Cruz. Na coletânea estão composições autorais de Vera Capilé que revelam um lado bastante autêntico de sua música, onde se pode notar as referências da música de fronteira e o grande amor pela natureza.
O projeto também deu origem a um documentário de 50minutos que contou com a Latitude Filmes. Com direção e roteiro de Juliana Capilé e direção de fotografia de Duflair Barradas, o filme estreou no Sesc Arsenal com a presença do secretário Beto Machado e a equipe da SECEL-MT: Jan Moura, Keiko Okamura e Cinthia Matos.
O documentário foi gravado em três diferentes locações: o próprio Sesc Arsenal, a chácara da família Capilé e o Cine Teatro Cuiabá. Tem depoimentos dos amigos, familiares e colegas de Vera, que revelam
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